22 agosto, 2007

Sapere Aude!


Como seria viver a vida da melhor forma possível...?
Amar...
Dançar...
Correr na chuva...
Viajar...
Casar...
Ter filhos...
Netos...
Amigos...
Fotos...
Lindas lembranças...
E nada fazer sentido no fim?
O que é capaz de nos fazer sorrir aos 70, 80, 90 anos?
Seus muitos amigos já se foram...
Perderam-se com o tempo, os poucos que ainda estão vivos já não mantêm mais contato, afinal... Mesmo com todo aquele amor fraternal e a história juntos... Essas coisas não fazem mais tanto sentido, não trazem mais tanta sensação de contemplação...
Essas coisas não excitam mais...
Você viu milhares de luas cheias... Eclipses... Pores de sol...
Você estava presente em novas atitudes musicais... Novos estilos juvenis... As superações tecnológicas...
Não dá mais pra se surpreender com novidades...
Agora é só esperar a morte?
Que droga!
A vida é um engodo... Um placebo...
Linda, mas...
Sem sentido!
Você tem planos de ser bem sucedido nos negócios?
Ter uma família feliz?
Ser o melhor da “turma”?
Você quer ter o carro dos seus sonhos?
A garota mais bonita de todas?
Uma banda?
De que vale tudo isso?
No fim nada é importante!
E nem é o caso de dizer que valeu a pena o caminho percorrido e não o destino...
No fim se prova que o caminho é uma droga!
Eu não estou aqui como “o velho pessimista” que desacreditou da vida por ela não lhe ter sido generosa...
Eu tive uma vida invejável...
Rico...
Feliz...
Sábio...
Famoso...
Bom né?
Aposto que isso é o que muitos de vocês anseiam da vida!
Mas acreditem...
Isso não vale nada!
na verdade...
Nada vale nada!
Amor?
Paixão?
Felicidade?
Tesão?
Liberdade?
Prazer?
apenas passa tempos!
Não sei quem somos...
De onde viemos...
Para onde vamos...
E nem quero saber!
Não queria era sair daqui...
Ver minha comédia da vida virar um drama...
Minha mulher que envelhece (linda)...
Meus tantos cachorros, gatos, coelhos, pássaros, peixes que morreram...
As muitas centenas de amigos que desapareceram de minha historia...
Já foram guerras... Catástrofes naturais... Acidentes de todas as formas possíveis...
E eu aqui...
Sem entender...
PORQUÊ VIVER SE VAMOS TER QUE NOS DESPEDIR DE TUDO E TODOS NO FUTURO?
Eu não agüento mais...
Louco?
nããão!
Vocês talvez cheguem à essa conclusão um dia...
Se não chegarem...
E eu ainda estiver por aqui...Digam-me como conseguiram!

21 agosto, 2007

First day of my life...


Foi no primeiro acorde daquela canção desconhecida que você surgiu...
Você...
Tão desconhecida quanto a canção...
Tão bela quanto as notas, as claves...
A cada passo rumo ao fim da melodia mais bonita o mundo se mostra cada vez mais fantástico...
Cada cor, olhar, emoção, sentimento, lembrança...
É na canção...
No primeiro acorde desconhecido que toca lá no fundo da memória fazendo se lembrar daquela garota que você nunca conheceu... Naquele momento que nunca aconteceu...
Nessas horas o coração aperta...
Vem um vazio na cabeça que no efeito dominó faz agente se perguntar se a vida faz sentido, se o tempo que se vive não é pouco, se destino existe... e todo um turbilhão de dúvidas que assombram "as idéias"...
Você fecha os olhos e a musica te transporta quase que instantaneamente para um universo paralelo onde só existe felicidade...
Quando ela para de tocar dá vontade de pôr uma mochila nas costas... Jogar tudo pro alto e sair por aí...
Viver o pouco tempo que se tem...
Centenas de países, Bilhões de pessoas, Milhares de culturas e apenas dezenas de anos...
Mas enquanto ela toca...
Você se sente um deus...
Imparcial ao tempo... Imortal... Infinitamente feliz...
Ahhhh!!! A Canção...
A canção da minha vida...
A trilha sonora para os momentos tristes, felizes, bons, ruins, solitários, dolorosos...
Foi no primeiro acorde daquela canção desconhecida que você surgiru...
Você pulou nos meus sonhos e dançou comigo...
E tudo de repente pareceu conspirar ao meu favor...
Naquele instante...
O tempo parou...
As pessoas pararam...
O vento... Os animais... As ondas... A chuva... As nuvens...
Tudo parou para ouvir a canção...
E foi quando ela chegou aos nossos ouvidos...
Que você...
Tão desconhecida quanto aquele amontoado de acordes...Surgiu e confirmou que vale a pena esperar o tempo que for, quando se tem certeza que aquilo que se deseja realmente vem...

O mundo n’um olhar...




E foi quando você olhou pra mim que tudo se fez...
Você ali, do outro lado da rua...
Eu atravessando a rua sem me preocupar com os carros... Pergunto teu nome...
Saímos caminhando e vamos a um café...
Trocamos telefone depois de horas de conversa...
Ligo-te dois dias depois, afinal, mesmo estando a querer ligar desde o momento que nos despedimos... Eu não podia parecer desesperado... Apaixonado...
Marcamos de sair mais vezes...
Dou-te o primeiro beijo...
Peço-te em namoro...
Um mês juntos...
Um ano... Dois anos...
Os mesmos amigos... Os mesmos gostos musicais...
Começamos uma certa noite fria de outono a lembrar as coisas que já passamos juntos...
Quando eu saí dirigindo por 4 horas pra te ver em uma outra cidade que tinha ido passar o feriado com seus pais...
Quando pulamos juntos na piscina já estando arrumados e atrasados pra uma festa...
Da vez que ficamos por horas disputando pra ver quem ficava mais tempo encarando um ao outro sem falar...
Da vez que fui a um jantar de sua família fantasiado por ter te perdido pra você num jogo de cartas na noite anterior...
Os momentos de sorrisos... Choros...
Eu te peço em casamento...
Vejo seu sorriso perante a minha declaração de amor aos berros durante um passeio de Gôndola em Veneza...
Sinto-me completo quando você me abraça e jura me amar pra sempre sob a luz da lua à margem do rio sena...
Nos casamos...
Temos filhos...
Envelhecemos...
Morremos...
E de repente...
Você, lá do outro lado da rua...
Sorri pra mim...Entra n’um ônibus e nunca mais nos vemos...


08 agosto, 2007

Do outro lado...






Ele estava sentado na areia meio afastado de todos, mas, não ficou muito longe porquê queria ouvir o violão e a voz dos amigos e amigas cantando... Rindo...
Mesmo com seus ouvidos ligados à roda que fazia um semicírculo n'uma fogueira, seus olhos não conseguiam tirar o foco do horizonte...
Sua cabeça foi invadida por pensamentos que por instantes o fizeram esquecer tudo...
Ele viu sua mente pular da areia e começar a voar... Foi passando por cima do oceano até o outro lado do mar... Lá... Lá havia uma garota sentada na praia... Amigos um tanto mais afastados rindo e cantando e ela com os olhos perdidos, feito como ficamos ao deixar à mente vagar sozinha por aí...
De repente ele se vê de volta ao corpo... Deita na areia fria e começa a fazer planos para a garota do outro lado...
Ele vê os dois se conhecendo...
O primeiro beijo...
O pôr do sol...
Ele sorri quando pensa no "sim" do casamento;
Olha-a vestida de noiva, o vento batendo nos seus cabelos...
Imagina de repente seus filhos correndo de um lado a outro do jardim da casa;
O passeio de mãos dadas aos 20... 30... 40... 50... Ainda passeando de mãos dadas aos 60 anos...
Ele tocando pra deixar o céu estrelado mais bonito pra ela...
Ela passando a mão nos seus cabelos brancos e gastos do tempo...
Então ele se assusta...
A água do mar lhe bate aos pés...
Vota a ouvir seus amigos tocando... Rindo...Cantando...
Uma garota sai do círculo e vem em sua direção...
É ela!
Ela beija delicadamente seus lábios e sorri...
Ele sai dali...
Se sente sugado daquele que seria o ápice de sua vida...
Quando conheceu a mulher dos seus sonhos, e olha que quem bem entendesse poderia interpretar literalmente!
Vai a um lugar escuro...
Silêncio...
Reluta em abris os olhos...
Sabia onde estava!
Só não entendia o silêncio já que deveria haver muitos gritos... Muito barulho...
Será que tinha morrido?
Porquê não ficara sonhando como estava?
Acordou não no campo de batalha onde lembrava ter levado o tiro...
Tinha uma pessoa à sua frente...
Não dava pra ver...
Acabara de acordar e seus olhos lhe falhavam denunciando que estiveram fechados por muito tempo...
Repentinamente uma voz doce disse...
-enfim acordaste...
-quem é você? onde estou?
-você estava mito ferido, jogado em meu jardim... não sei como veio parar aqui já que a julgar pelas suas vestes se trata de um soldado e estamos muito longe da guerra... cuidei dos seus ferimentos Sr.... estava muito ferido!
Ele vê aquele rosto...
Era ela!
-eu sonhei com você!
-como um estranho à beira da morte pode sonhar com uma desconhecida?
-eu só me lembro de levar um tiro no meio do campo de batalha e...
-Sr.... Como eu disse estamos muito longe da guerra!
-eu não estava na guerra... acabei de chegar do outro lado do mar...
-do outro lado do mar?
-eu te amo!
Ele como dificuldade levanta, beija delicadamente seus lábios e sorri...
-quer casar comigo?
O primeiro beijo... O pôr do sol...



Viveram e morreram felizes para sempre, sabendo que guerras não acabariam enquanto soldados não parassem de atirar para sonhar...

02 agosto, 2007

A garota dos aviões...


Ela veio voando e repentinamente pousa em meus pensamentos;
Pergunta-me sobre a filosofia da teoria do caos.
Olha nos meus olhos e diz que isso é pura bobagem;
Quer saber de quem é o olhar que me faz sentir constrangido...
Se eu próprio soubesse...
Do olhar acabamos conversando sobre teatro, sobre os papeis de cada um, seja esse "um" o do "olhar" ou não!
Me desafia ao dizer que tem poderes que eu não tenho...
Ela pode ficar invisível?¿
Até que pode ser... ela já pode voar e entrar em meus pensamentos...
Tudo bem;
Com poderes ou não eu ainda posso te deixar desconsertada...
Medo?
Medo é saber que uma garota pode entrar na cabeça sem bater...
Mas como ter medo de dividir pensamentos sobre a vida à uma pessoa que tem medo de não poder viver?
Dá até pra ter um tipo de mutualismo...
Eu penso sobre a vida e ela vive!
afinal... ela que pode voar oras!
Não que eu só vá ficar em pensamentos...
No fim ganha quem contar mais aviões!
Será que já perdi?
A cor das minhas palavras interrompeu a sua viajem;
A casa do papa ficou sem nossa popularidade!
Ele também nem é tão pop assim;
Ela não retomava vôo e continuava ali... ali em meus pensamentos;
Talvez o devaneio de querer ir logo ao destino final tenha prejudicado o transporte...
Rimando ou não... podem ter confiscado nosso passaporte!
Como uma pergunta pode se parecer um resposta?
Era tudo sobre o verde da fonte... a fonte do sonho... a fonte da água da vida!
A vida do medo;
então...
A fonte do medo? ou quem sabe... o verde do medo!
Medo a ponto de esconder o desejo?
Vamos desejar ser feliz moça voadora...
Aviões ou borboletas, tanto faz...
Temos que ir aos céus!
Ser tão feliz quanto o mais Feliz de todos;
mas...
como falamos antes de medo;
isso não vale se o medo é o medo de você mesma!

Vamos esquecer tudo!

Vamos rumar à casa do ser popular...
Nas asas daquela velha borboleta inimiga...
Assim não se precisa do passaporte!


Eu rumo ao Castello...